Monday, July 09, 2007

oficialização de um adeus ...


... da instrospecção nasceu o acto de rejeição...
... e nada custou...
Rápido, seco ... passado
Quando dei por si já tinha acontecido
sem querer tinha já passado a fronteira e
mesmo que quisesse voltar atrás ...
já nao o conseguia fazer...


... e segue a portagem de outra viagem ... de outra paragem...

Thursday, July 05, 2007




Vi o desenho magnífico de uma mulher
de pujante porte e gracioso pudor
Quem o desenhou foi o glorioso amante
da sua beleza de musical escultura
Era o ouro das giestas que cintilava nas suas coxas
sob labareda verde dos seus cabelos
A sua inspiração era um vento redondo
que enchia as suas coxas e lhe dilatava a proa do peito
Eu nao precisava de conhecê-la conhecia-a já
na plenitude das árvores como se estivesse com ela sentado
[sobre um tronco
A energia que recebíamos era de uma intensidade verde
como um fogo felino duramente concentrado
Assim imaginava o que poderia ser real e nunca seria
porque embora a fruição artística me impelisse para além dela
era nela que tudo se consumava em extensa coroação
Ah porque nao são estas linhas linhas de ouro
por que nao se vê a fragância musical desta mulher
na sua plena redondez na sua maturidade entre o azul e o
[vermelho?

(António Ramos Rosa)

Wednesday, June 13, 2007

... reflexos ...

olho-te pelo reflexo
do vidro
e o coração da noite

E o meu desejo de ti
são lágrimas por dentro,
tão doídas e fundas
que se não fosse:

o tempo de viver;
e a gente em social desencontrado;
e se tivesse a força;
e a janela ao meu lado
fosse alta e oportuna,

invadia de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti


Ana Luísa Amaral

Thursday, March 23, 2006

contornos e veludos que se criam com imaginação!

Pingos de chuva trespassam a humidade e consigo sentir um conforto à chuva...
Estou a ir-me por aí... com um guarda chuva que ergo resignada... Sabendo das coordenadas que localizam o meu guarda chuva, os tiros de chuva que mergulham do céu invadem esse espaço que me é de direito, por todos os lados e mais algum... e têm a ajuda do vento, esse imbecil!... No e meio do ensopado que sou eu mais as minhas roupas e botas e sacos !!!... imagino que consigo contrariar as demandas da chuva e do vento, sentindo conforto numa situação como esta. ... E consegui!... Estava no meio da lama e chuva por todos os lados ... Eu escudei o meu forte guarda chuva e senti-me bem no meio daquela azáfama...Senti conforto e serenidade... como nos filmes em que chove em todos os lados menos por cima de mim :P Imaginei se o mesmo seria possível no meio de um campo de guerra ou de outro contexto de atribulação ...

Saturday, February 25, 2006

competições pouco úteis mas aceitáveis, frases avulsas, despiques e um pouco mais que isto

Caros amigos!

Descobri um Transeunte Graxista http://inutilidade.pt.vu/ que inciou despique com o nível do meu blog na razão inversa!
Caro Transeunte devo dizer-lhe que qualquer assunto explorado por moi tem um nível de tal forma elevado, que vossemecê nunca o conseguirá atingir mesmo na razão inversa. Portanto este despique está ganho à partida ...E nem o cão da amália, esse ser com mau feitio, o conseguirá! Não obstante, no caso de desejar continuar este despique, em consciência, só tenho mais uma coisa a dizer-lhe:


1,2,3, PARTIDA!

Tuesday, February 07, 2006

calçadas dispersas pelas ruas da cidade

Caminho no corredor urbano que me persegue e sucede. O batimento dos pés afirma a percursão constante de um salto alto ou de um andar característico. Os olhos percorrem o tudo e o nada. Não se define imagem nítida por entre as sombras e as formas desfocadas. Por vezes, porém, levanta-se o olhar, como o descortinar de uma sombrinha de senhora em direcção a um outro olhar, colocado numa perspectiva geométrica diferente. ... interceptam-se. A inclinação do rosto e o impulso nos lábios movimentam o sorriso para um cumprimento desinteressado. Olá! Adeus! Nunca mais nos vamos ver. Melhor. Tanto melhor assim! ... continua o batimento persecutório de um caminho pré-estabelecido, ... ou não ...

Sunday, February 05, 2006

two step

... aquela música ...
...prólogo solene...
...
... o saxofone - já sei o que vai acontecer...
...say my love ...
...o saaay arrastado num sussuro arrepiante...
....encolho-me!
...change ... change ....
...a guitarra tilinta ...
...agarra novamente o microfone no sussuro sedutor...
culmina na celebração extasiante de algo que não podemos mudar!
o saxofone assegura que não ! ...
... nova incursão... aquele sussurro... hum!
...ainda sinto o eco anterior e novamente ....
...encolho-me...
...o tilintar da guitarra faz cócegas!
...a batida - o meu coração - a batida - o meu coração - a batida ... - ...- ... - ...
... já sou música e não o posso mudar!
...
a voz cada vez mais longe ...
o envolvimento quente fecha o globo ardente ...
cada vez mais longe...